quinta-feira, 29 de julho de 2010

Orgulho

Vi há uns tempos um texto que achei bastante bom. Não fui eu que o elaborei claro, mas quero apenas deixa-lo aqui pois acho que pensar nisto durante 5 segundos não faz mal a ninguém.

"O orgulho que resta à nódoa

Um dos imbecis que está agora no Martim Moniz a manifestar-se contra os imigrantes diz que tem "orgulho em ser branco".

Claro que sim: quando não se pode ter orgulho em ser inteligente, em ter talento, em ter aumentado a sua cultura e educação, em ser boa pessoa, em ter-se aperfeiçoado, em ter ajudado pessoas, em ter feito o mundo melhor ou em ter sido um exemplo para os outros. Quando não se pode ter orgulho em ser apreciado por pessoas de proveniências e culturas diferentes, em ter estado num país estrangeiro, ter feito amigos e ter deixado saudades. Quando não se pode ter orgulho em saber cozinhar, falar, dançar, tocar um instrumento, pintar, amar e ser amado por uma pessoa que admiramos, trabalhar no duro, ter boa caligrafia, aprender um idioma, ser autor de um invento, conhecer a história do seu país, ter criado filhos e netos, ser um bom marceneiro, ou um bom professor, ou um bom servente de pedreiro. Quando não se pode ter orgulho em saber alinhar duas ideias, saber compreender uma única, ou em ter tido nenhuma.

Quando não se pode ter orgulho de nada, tem-se orgulho em "ser branco". É o que sobra ao destituído total. Também a nódoa no pano, coitada, deve ter orgulho em "ser nódoa", o buraco em "ser buraco", a bosta em "ser bosta".

No entanto, o que esse imbecil ainda não entendeu é que ele nem sequer teve responsabilidade em ser branco. É só branco por acaso.

Tem, de facto, muito pouco de que se orgulhar."


Por Rui Tavares, em http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/115121.html

Gostaria apenas de acrescentar que isto vale para qualquer raça ou qualquer coisa que possa análoga a tal situação.
Se todos pensassem assim, já não era mau...